Os melhores programas brasileiros no Netflix

os programas de TV são provavelmente a melhor maneira de entender as diferentes culturas e a realidade dos países em todo o mundo. E a Netflix vem investindo pesadamente em produções brasileiras que dão aos telespectadores internacionais uma ampla perspectiva da cultura brasileira, da história e também da política, com mergulhos profundos no complicado sistema judicial Brasileiro, visões panorâmicas da história e do desenvolvimento de sua música, bem como leituras atuais de interações sociais cujos paralelos à pandemia Covid-19 são inescapáveis.

aqui estão 13 shows brasileiros que você deve assistir não só para se divertir e passar algum tempo (talvez rir e derramar algumas lágrimas), mas também para ter uma visão privilegiada do Brasil. E para outras recomendações do Netflix, aqui estão 75 das melhores séries originais atualmente streaming.

O Mecanismo (O Mecanismo)

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Imagem via Netflix

Criado por: José Padilha e Elena Soarez

Elenco: Selton Mello, Carol Abras, Enrique Diaz, Leonardo Medeiros, Antônio Saboia, Lee Taylor, Otto Jr, Osvaldo Mil.

a série, criada por Elena Soarez (que também escreveu todos os episódios) e José Padilha (esquadrão de Elite), concentra-se em contar a história da operação de lavagem de Carros, A maior sonda de corrupção no Brasil e muito relevante politicamente como ainda está se desenrolando. A série, como a operação em si, desperta paixões — no Brasil, críticos disseram que a maior falha da série foi explicar tudo com muito detalhe, mas isso tornou-se um recurso necessário para que o público estrangeiro pudesse entender as várias nuances do funcionamento do sistema político e judicial Brasileiro.

Selton Mello interpreta o Chefe de Polícia Marcos Ruffo, e Verena Cardoni o Chefe de Polícia Caroline Abras, que são os narradores da série, que explicar para o espectador os detalhes de cada personagem — todos eles inspirados em personagens reais envolvidas na operação, do presidente Lula da Silva (João Higino, interpretado por Arthur Kohl) a Revista Veja, (na série chamada Leia a Revista). Com elementos de investigação policial e muita ação, a série vai agradar os fãs do gênero, com uma história que gira em torno da luta contra a corrupção.

Assassino de Classificações (de Bandidos na TV)

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Imagem via Netflix

Criado por: Daniel Bogado

Daniel Bogado direciona sete-episódio documentário contando a história do apresentador de TV e político Wallace Souza, o assim-chamado de “defensor do público”, acusado de encomendar uma série de assassinatos para aumentar a popularidade de seu programa de TV Canal Livre. Souza apresentou um show cujo gênero está entre os mais populares do Brasil, mostrando a realidade violenta das cidades brasileiras — o problema aqui é que ele também estava fabricando.

entre 1996 e 2009, o Canal Livre exibiu muitas vezes violência gráfica completamente sem censura, em Manaus, capital do Estado do Amazonas. Graças ao espetáculo, Souza foi tão popular que ele foi eleito deputado estadual em 1998 e reeleito mais duas vezes, mas acabou por ter o seu mandato revogado em 2009, depois que a polícia o acusou de associação com traficantes de drogas para exibir o assassinato de rivais em seu programa de TV. Para os verdadeiros fãs do crime, esta série é uma obrigação, pois mostra o quão longe alguém é capaz de ir para a fama e sucesso. É apenas uma história de cair o queixo, mesmo para brasileiros acostumados a este tipo de programas.

Ir Anitta Vai Anitta)

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Imagem via Netflix

Criado por: Anitta

Um documentário também a mistura de reality TV, Vá Anitta já garantiu uma segunda temporada, que deve ir ao ar no próximo ano, contando a história da Anitta, um dos cantores de maior sucesso no Brasil de hoje.

o documentário revela o agitado mundo dos bastidores de uma das maiores figuras da cena do funk brasileiro de hoje, que é um dos gêneros musicais mais populares na rádio e nas ruas, embora constantemente criminalizados, especialmente nas favelas. Os sete episódios da primeira temporada foca o cantor mostra, viagens, ensaios, como ela passa pelo processo de consolidação de sua carreira internacional — com muita música, dança e coreografias que pode encantar um público não familiarizado com o gênero musical.

Sintonia

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Imagem via Netflix

Criado por: Guilherme Moraes Quintella, Felipe Braga, Kondzilla

Elenco: Christian Malheiros, MC Jottapê Carvalho, Bruna Mascarenhas, Jefferson Silvério

Se Ir Anitta não suficiente para introduzir o funk para o público, Sintonia, sem dúvida, cuidar do que. Produzido por Konrad Dantas, mais conhecido como Kondzilla, o dono da maior gravadora e produtor de funk do Brasil e um dos maiores canais de música no YouTube, a série conta a história de 3 amigos, Doni (MC Jottapê), Rita (Bruna Mascarenhas) e Nando (Christian Malheiros) tentando alcançar o sucesso no mundo do funk, mas ter de lutar contra várias adversidades, tais como o crime organizado, a pobreza, a violência e a igreja em uma comunidade de baixa renda em São Paulo. Sintonia apresenta funk e favela para o mundo, mostrando o que muitos MCs e DJs têm que enfrentar para alcançar o sucesso. Mas a série não é apenas um drama, também faz você rir e tem muita música. MC Jottapê também é um funkeiro da vida real e aqui combina sua carreira como ator e cantor, mostrando um pouco de sua própria realidade nos telões. Raparigas de Ipanema (Coisa Mais Linda)

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criado por: Heather Roth e Giuliano Cedroni

Cast: Maria Casadevall, Pathy Dejesus, Fernanda Vasconcellos, Mel Lisboa, Leandro Lima, Ícaro Silva

“Garota de Ipanema” de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, é, provavelmente, uma das mais conhecidas canções Brasileiras internacionalmente, e a série, que joga com o nome da música, tem lugar durante o surgimento da Bossa Nova, um estilo musical que mistura samba Brasileiro com o jazz norte-Americano, garantindo o espectador de um espetáculo para os ouvidos.

mas a série é muito mais do que isso. Maria Casadevall interpreta Maria Luiza “Malu” Carone, uma jovem e rica de São Paulo que decidiu se mudar para o Rio de Janeiro para abrir um restaurante com seu marido. Ao chegar, ela descobre que ele a deixou e fugiu com todo o seu dinheiro. A série enfoca a Malu relacionamento com seu novo amor, o cantor Chico (Leandro Lima), e a travessia da sua vida com aqueles de Adélia (Pathy Dejesus), uma mulher negra e morador de favela que luta diariamente contra o racismo, Lígia (Fernanda Vasconcellos), uma cantora reprimida pelo seu macho chauvinista do marido, e de Thereza (Mel Lisboa), um jornalista que luta pelos direitos das mulheres em 1959 no Rio de Janeiro em plena transformação e efervescência. Os fãs de música não ficarão desapontados com uma série cheia de momentos de relaxamento, sensualidade e alguma tensão (particularmente na segunda temporada), enquanto os figurinos são dignos de Hollywood, e a cinematografia realmente nos transporta para um vintage Rio de Janeiro. Samantha!

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Imagem via Netflix

Criado por: Felipe Braga

Elenco: Emanuelle Araújo, Douglas Silva, Cauã Gonçalves, Sabrina Nonata

Uma comédia dramática com tons, Samantha! conta a história de uma ex — estrela infantil dos anos 80 cujo sucesso permaneceu no passado, mas que dedica sua vida para tentar recuperá-lo-não importa como. Celebridades cuja fama desaparece após a idade adulta são um fenômeno comum e eles sentem falta de ser amado, ter uma audiência fiel e muitas vezes não pode se adaptar a uma vida diferente da que eles conhecem.

Este é o caso de Samantha (Emmanuelle Araújo), que está tentando reconstruir sua carreira com a ajuda de seu marido Dodói (Douglas Silva), um ex-jogador de futebol, que também não aceita o fim de sua carreira, mas também acaba de sair da prisão depois de 10 anos, e seus dois filhos. A série tem o mérito de apresentar personagens complexos e em camadas através de um humor às vezes exagerado e até caricaturado que, no entanto, captura totalmente a essência da televisão brasileira dos anos 80. As duas temporadas da Samantha! também conseguir fazer um ponto criticando a mídia que muitas vezes cria ídolos descartáveis, e fãs que esquecem que por trás do personagem há uma pessoa real.

3%

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Imagem via Netflix

Criado por: Pedro Aguilera

Elenco: João Miguel, Bianca Comparato, Michel Gomes, Rodolfo Valente, Vaneza Oliveira, Rafael Lozano, Thais Lago

Imagine uma distopia futurista, a sociedade em que o planeta foi arrasado e quando todos viram as 20 eles tem que ir através de um rigoroso processo de seleção com o físico, o psicológico, e até mesmo moral testes — tudo para ir para uma região cheia de oportunidades e a possibilidade de uma vida melhor. Há um senão: apenas três por cento da população consegue chegar lá. Mas, como toda boa série distópica, um movimento de resistência chamado “causa” tenta subverter esta ordem social injusta — uma alegoria clara da sociedade de classes de hoje, onde a desigualdade é a fonte de inúmeros e intermináveis conflitos. 3%, que foi a primeira produção brasileira da Netflix, não foi muito bem sucedida em seu país de origem, mas recebeu grandes elogios em todo o mundo por suas quatro temporadas. O show também foi muito elogiado por sua diversidade, com muitas mulheres em papéis relevantes, membros do elenco Negro e Asiático, e papéis de transgêneros — todos contribuindo para uma série que lida com questões que vão da homossexualidade e poligamia à deficiência física. Ninguém está a olhar.)

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imagem via Netflix

criada por: Daniel Rezende, Carolina Markowicz, Teodoro Poppovic

Cast: Victor Lamoglia, Júlia Rabello, Danilo de Moura ,Kéfera Buchmann

Nobody’s Looking é uma comédia baseada no filme de 1998 “Cidade Dos Anjos”. O foco principal do show é debater como ordens arbitrárias podem ser, bem como o próprio funcionamento de nossas vidas — como somos ensinados a obedecer sem questionar e a realizar o nosso trabalho, mesmo sem saber exatamente por que ou quem está por trás das decisões. Ulisses (Victor Lamoglia) é, ao lado de Greta (Julia Rabello) e Chun (Danilo de Moura), um anjo cuja função é cuidar dos seres humanos, que são atribuídos a eles em uma escala diária. Não podem apegar-se, afinal de contas, estão lá apenas para fazer o seu trabalho. Um anjo que acaba de nascer, Ulisses (ou Uli) questiona o sistema e acaba se apaixonando por Miriam (Kéfera Buchmann, que antes de se tornar atriz era uma jovem de sucesso), uma mulher que ele deveria proteger, levando seus amigos Anjos a quebrar as regras. Acreditando que eles não sofrerão quaisquer consequências, o trio começa a desfrutar da vida — beber, ter sexo e consumir drogas. Mas este acto de rebelião, é claro, vai custar-lhes muito. Elogiado pelos críticos, a série infelizmente teve apenas uma temporada.

Reality Z

criado por: Claudio Torres e João Costa

Cast: Nina Hartmann, Ravel Andrade, Carla Ribas, Emílio d

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Imagem via Netflix

e Melo, Guilherme Weber, Luellem de Castro, João Pedro Zappa, Hanna Romanazzi, Pierre Baitelli

Ainda outra série de zumbis com o sempre presente a intenção de fazer uma crítica da sociedade, a forma como ele é organizado, de egoísmo e de como estamos destruindo a nós mesmos e o planeta. A diferença é que a realidade Z, que foi diretamente inspirada pelo cenário da série britânica Dead Set (criado por Charlie Brooker, que também desenvolveu Black Mirror), se passa no Rio de Janeiro, com uma polícia corrupta e políticos corruptos, racismo desenfreado, e um fundo social diferente da série original.

A primeira metade da série, envolvendo caracteres a partir de um reality show, que parece ser o último refúgio contra a invasão zumbi — é completamente diferente da parte final. Isto, por um lado, nos surpreende, mas, por outro, também se revela uma maneira fácil de conseguir uma mudança de tom da série. No entanto, a segunda parte merece ser destacada, pois há uma melhoria notável no roteiro e performances.

Reality Z é uma série que propõe ser uma tomada séria de males sociais, mas acaba nos fazendo rir por suas caricaturas extremas e performances exageradas. Com excelentes efeitos especiais e muito sangue, a série é tão-ruim-é-bom divertimento.

O Escolhido (O Escolhido)

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Criado por: Raphael Draccon e Carolina Munhóz

Elenco: Paloma Bernardi, Pedro Caetano, Gutto Szuster, Renan Tenca, Mariano Mattos Martins, Alli Willow

com base na série mexicana Niño Santo, a versão brasileira conta a história de três médicos, Lúcia Santeiro (Paloma Bernardi), Damião Almeida (Pedro Caetano) e Enzo Vergani (Gutto Szuster) que viajam para um vilarejo no Pantanal para vacinar os habitantes contra uma nova mutação do vírus Zika. Uma vez na aldeia, eles acabam presos e notam que os aldeões são devotos de um líder misterioso (Renan Tenca) que tem o poder de curar doenças.

A série capta a atenção do espectador a tentar desvendar os mistérios da aldeia de Aguazul, enquanto também explorar temas atuais, como a Zika vírus epidemia que atingiu o Brasil fortemente nos últimos anos, bem como o motivo de líderes religiosos e espirituais que supostamente curar os doentes, mas são pouco mais do que o culto de líderes — nos últimos anos, vários líderes de ter sido denunciado e preso por abuso sexual no país. Além disso, o Pantanal fez manchetes internacionais para os incêndios monstruosos destruindo uma das maiores biodiversidades do mundo.

omnisciente (Omnisciente))

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imagem via Netflix

criada por: Pedro Aguilera

Cast: Carla Salle, Sandra Corveloni, Jonathan Haagensen, Guilherme Prates, Luana Tanaka

a partir de 3% criador Pedro Aguilera, omnisciente segue uma linha popular de futurismo distópico com um mundo vigiado por drones e sem qualquer Privacidade (um tema sempre presente na ficção científica desde Admirável Mundo Novo).

na série, ambientada em São Paulo, uma inteligência artificial onisciente avalia todas as atitudes dos habitantes da cidade-e denuncia suas infrações. Tudo parecia perfeito nesta realidade virtualmente livre de crime até Nina (Carla Salle), que trabalha para programar a inteligência artificial, encontrar seu pai assassinado com uma bala em seu coração. Devido a uma falha suspeita no sistema, ninguém é denunciado pelo crime, que em última análise é relatado como morte por causas naturais. Juntamente com seu irmão Daniel (Guilherme Prates) e sua amiga Judite (Sandra Corveloni), Nina vai descobrir mais do que apenas uma falha inocente.

a série tem apenas seis episódios e resolve o mistério até o final, mas há algumas pontas soltas que poderiam guiar uma possível Segunda Temporada. Irmandade (Irmandade))

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criada por: Pedro Morelli

Cast: Naruna Costa, Seu Jorge, Hermila Guedes, Pedro Wagner, Lee Taylor

a série conta uma história visceral e baseada na realidade sobre a vida dos prisioneiros e das facções criminosas que governam suas vidas. A advogada Cristina (Naruna Costa) descobre que seu irmão, Edson (o cantor Seu Jorge, que está começando a investir em sua carreira de ator e recentemente interpretou o guerrilheiro Carlos Marighella no filme Marighella), com quem ela não teve contato por 20 anos, comanda uma facção criminosa chamada “Irmandade” que lembra aos brasileiros a origem de verdadeiros grupos criminosos, como o PCC, o primeiro comando da Capital, com uma forte presença em São Paulo.

a série inova contando a história do grupo criminoso através dos olhos de Cristina e Darlene (Hermila Guedes), esposa de Edson, que é responsável por trazer os irmãos de volta. Cristina enfrenta vários dilemas éticos e tem sua lealdade testada pela polícia, bem como por seu irmão e os membros da Irmandade.

fato engraçado: a série foi filmada em uma seção desativada de uma prisão, mas na visão de outra seção em plena operação — os prisioneiros acabaram atuando como extras e interagindo a uma distância com o elenco.

Jogo de Beijar (Boca a Boca)

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Criado por: Esmir Filho

Elenco: Michel Joelsas, Iza Moreira, Caio Horowicz, Bruno Garcia, Denise Fraga, Luana Nastas

Um grupo de jovens e as pessoas caem doentes depois de um clandestino festa rave em uma cidade fictícia no interior do Brasil—, no meio de uma região dominada pelo agronegócio, um dos principais produtos de exportação. Para piorar as coisas, uma seita misteriosa também percorre os arredores da cidade e aparentemente está envolvida de alguma forma com a doença — que se espalha por beijos. É impossível escapar ao paralelo com a epidemia Covid-19 e os males sociais que ela desencadeou e descobriu. O trio formado por Chico (Michel Joelsas), Fran (Iza Moreira) e Alex (Caio Horowicz) tenta encontrar respostas em uma série que nos lembra um monte de Battle Royale, mas focada na geração Z. Com uma excelente trilha sonora e fotografia, A série não só encanta, mas também traz um mistério interessante a ser resolvido, além de debates sobre segredos, problemas sociais e preconceitos. É difícil não ver os seis episódios deste universo paranoico e distópico, o que deixa um grande gancho para a segunda temporada.

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